Inicialmente, o Drill começou a ganhar notoriedade em 2012, devido ao empenho de nomes como Chief Keef e Lil Durk. A partir daí, o gênero foi expandindo e sendo experimentando por artistas de diferentes regiões americanas, surgindo, então, as subdivisões do mesmo, marcando a originalidade cultural de cada área. Uma das pilares foi a do Reino Unido, denominada Drill UK.

Em território brasileiro, o gênero chegou no início de 2017, com o artista baiano VANDAL, através da faixa DIZKORDIAH.

Ao decorrer do tempo e com a expansão do gênero mundialmente, outros artistas também começaram a experimentar o ritmo e, como de costume, aparecendo muita coisa copiada e sem originalidade.

Entretanto, bastante diferenciação e autenticidade destrinchando a cultura e vivências nacionais também podem ser encontradas, por artistas como N.I.N.A, Major RD, Sena MC, LEALL, Btrem, Pedro Apoema, DIMSAN, ANTCONSTANTINO, VND, Big Bllakk e Destravalt.

MV Bill, tendo consciência da sua responsabilidade na cena e também dando espaço para experimentar aquilo que se interessa, mas também não caindo no desleixo de ser só mais um, pelo contrário, carregando a sua identidade por onde anda, entrega algo com referências adquiridas no Funk e Rap, além de sua experiência e observação nas ruas.

Sendo explícito já na capa do EP, o rapper da CDD traz referência ao clássico disco The Chronic, lançado em 1992 pelo produtor musical, rapper, ator e empresário americano Dr. Dre.

Com produções musicais de Insane Tracks e T-Rex; e participações de Rashid, Major RD, Froid, Lord ADL, Erik Skratch e Rod 3030; Dr. Drill conta com uma excelentíssima curadoria do próprio MV Bill — responsável pela produção executiva do EP — e visão de fora abrangente do projeto, tomando conhecimento daquilo que precisa ser abordado, além do toque final, a originalidade do experiente artista.

Liricamemte, o Drill é marcado pela retratação das sagazes vivências. Fazendo a utilização desse requisito e também acrescentando a insatisfação e propagação dos acontecimentos na comunidade negra e periférica, Alex Pereira Barbosa, aos 48 anos (nascido em 1974), demonstra, com atos, estar se atualizando junto aos acontecimentos mundanos e da cena musical, resultando numa versatilidade mais que aventureira, e sim conscientizada, pois estudou, observou e se preparou para pisar onde está, sendo um dos grandes porta-vozes e líricos nacionais.