Houve uma comoção total no Twitter depois que foi descoberto que críticos proeminentes da mídia de seu dono, Elon Musk, foram simultaneamente banidos da plataforma sem explicação.

Na última quinta-feira (15) diversos jornalistas americanos foram suspensos do Twitter sem explicação. Entre aqueles cujas contas foram permanentemente suspensas estão o correspondente da CNN, Donie O’Sullivan, o repórter de tecnologia do New York Times, Ryan Mac, o repórter do Washington Post, Drew Harwell, o jornalista do Intercept, Micah Lee, o correspondente da VOA, Steve Herman, o escritor do Mashable, Matt Binder, o ex-apresentador do MSNBC Keith Olbermann e o ex-jornalista da Vox, Aaron Rupar.

Musk, que se descreveu como um absolutista da liberdade de expressão, recebeu reação negativa pelo expurgo de seus críticos, muitos pedindo que ele explicasse por que essas contas foram suspensas. As suspensões vieram sem aviso ou explicação inicial do Twitter. Eles ocorreram um dia depois que o Twitter mudou sua política de compartilhamento de “informações de localização ao vivo” e suspendeu uma conta, @ElonJet, que usava dados públicos de voos para compartilhar a localização do avião particular de Musk.

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Muitos dos jornalistas suspensos na quinta-feira, incluindo o repórter de tecnologia do Washington Post Drew Harwell, estavam cobrindo essa mudança de regra, bem como as alegações de Musk de que ele e sua família estavam em perigo devido ao compartilhamento de localização.

O Twitter não respondeu diretamente às perguntas sobre as suspensões. Mas Musk sugeriu no Twitter, sem provas, que os jornalistas haviam revelado informações privadas sobre sua família, conhecidas como doxing. “Me críticar o dia todo é totalmente bom, mas divulgar minha localização em tempo real e colocando minha família em perigo não é”, ele twittou na quinta- feira.

Musk twittou na quinta-feira que as suspensões durariam uma semana, embora vários dos repórteres tenham sido informados pelo Twitter de que foram banidos permanentemente. Mais tarde naquela noite, ele fez uma enquete no Twitter sobre quando deveria restabelecer as contas – mas a reiniciou depois que uma pluralidade de entrevistados disse que deveria fazê-lo imediatamente.

Musk comprou o Twitter por US$ 44 bilhões no final de outubro e rapidamente começou a desfazer muitas das políticas da administração anterior contra discurso de ódio e desinformação. Ele se moveu para restaurar o ex-presidente Donald Trump e outras contas suspensas sob gestão anterior, dizendo que a nova política do Twitter é “liberdade de expressão, mas não liberdade de alcance”.