KondZilla chega a 30 milhões de inscritos no YouTube, canal é o maior do Brasil.

Canal também é o 3º maior de música do mundo com uma média de um bilhão de visualizações por mês.

Konrad Dantas, o Kondzilla, quer fincar os dois pés no exterior. Dono do maior canal do YouTube no País desde fevereiro, quando superou o humorista Whindersson Nunes, com seus videoclipes de funk superproduzidos, ele agora planeja espalhar o ritmo pelo mundo. Nos últimos meses, ele deu dois passos nessa jornada: anunciou que vai dirigir uma nova série de ficção exclusiva para o serviço de streaming Netflix e participou do South by Southwest (SXSW), um dos maiores festivais de música e tecnologia do mundo, em Austin, nos Estados Unidos.

“É hora de começar tudo de novo. É briga de cachorro grande”, disse Dantas ao Estado em um hotel em Austin. “Não tenho tempo a perder.” Hoje, Kondzilla é o quinto maior canal do mundo no YouTube, à frente de ídolos pop como Ed Sheeran e Rihanna. Em dezembro, bateu pela primeira vez a marca de 1 bilhão de visualizações mensais no site – ao todo, já são mais de 15 bilhões de “views”.

Foi um longo caminho para o rapaz de 29 anos, que nasceu em Santos e cresceu no Guarujá, no litoral paulista. Seu apelido é uma mistura de Kond, como o irmão caçula falava seu nome quando criança, com o monstro Godzilla – o primeiro filme que viu no cinema, aos 11 anos. Mais tarde, ser diretor virou sua meta de vida. “Sonhava em trabalhar em Hollywood e fazer cenas de explosão”, conta.

Quando a mãe de Dantas morreu, em 2008, deixou a ele o dinheiro do seguro de vida para fazer um curso de cinema. Na época, ele ainda pensava em ser rapper, inspirado em nomes como Puff Daddy, JAY-Z e Dr. Dre – os dois últimos, também criadores de negócios como o serviço de streaming Tidal e a grife de fones de ouvido Beats.

“Não tinha grana para alguém fazer meus clipes, então eu mesmo fiz”, diz. Literalmente: seu primeiro vídeo, “Desse Jeito”, foi do projeto Litoral Sujo, um coletivo de rap da Baixada Santista. Nele, Kondzilla também aparece rimando com boné virado pra trás e óculos escuros.

Publicados no YouTube, os primeiros vídeos não deram retorno. Em setembro de 2011, Dantas estava quase desistindo, quando foi convidado para dirigir um DVD da banda Charlie Brown Jr. O sucesso do projeto fez o número de encomendas de clipes subir, atraindo funkeiros como Guime e Nego Blue. “A internet tem limitações, curadorias e interesses, mas é o jeito mais democrático de publicar conteúdo”, diz o produtor. “Na TV, era preciso mandar uma fita e ganhar aprovação de alguém que teria preconceito com o funk. Talvez a gente nunca exibisse o vídeo.”

Não demorou para o estilo de Dantas ser copiado. Mas a linguagem própria e o uso intenso de tecnologia o diferenciou. “Ele faz umas tomadas e umas edições que só os gringos têm. Dá pra sacar na hora”, conta MC Guime. “Ele é humilde e quieto, a gente se entende. Só os loucos se conhecem.”

Veja abaixo uma retrospectiva do canal:

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