Com produção musical de Pedro Apoema, direção de João Wainer e roteiro de Deni Amorim, o single está disponível em todas as plataformas de streaming e videoclipe no YouTube
Após o lançamento do álbum RAP DOS NOVOS BANDIDOS, em outubro de 2021, Sant seguiu trabalhando e em novembro de 2022 deu procedência ao projeto, lançando como “a fita perdida” do mesmo, o AINDA É O RAP DOS NOVOS BANDIDOS.
Esses atuais trabalhos vêm marcando uma nova fase do rapper da Zona Norte do Rio de Janeiro, que está trazendo para a sua arte algo que já sempre esteve presente, mas agora com um lado mais profundo e cronista; que é o relato das sagazes vivências de comunidade observadas e imaginadas pelo artista.
Prosseguindo a ideia neste primeiro lançamento do ano (inclusive, também o primeiro desde que foi anunciado pela Som Livre, sua primeira gravadora), o single marca a retratação de Sant de um roubo de carga e conflito entre os dois personagens do ato. O clipe, por sua vez, representa a continuidade do conceito apresentado na faixa e exibe a forma cinematográfica das histórias periféricas relatadas na composição.
“Nuvem Negra” é a primeira faixa do próximo álbum do rapper e traz a participação especial da cantora Tiê, que faz os vocais na citação “Nem bom-dia eu vou dar / Tá difícil ser eu”, da música original de mesmo nome, de composição do Djavan e com Gal Costa como intérprete, utilizada por Sant como inspiração. “É minha primeira parceria com a Tiê, a primeira de muitas, assimn espero! Ela aparece como uma personagem na introdução do vídeo, fazendo parte também nesse axé. Foi muito legal a experiência, ela foi sensível pra caramba, ouviu a música de coração aberto. Tá aí ‘Nuvem Negra’ e terão muitas outras coisas”.
Em sua letra, a faixa, expondo de forma incisiva a realidade das favelas do Rio de Janeiro, traz a dura realidade da periferia e relata a vivência de uma parcela dos jovens cariocas, que em algumas ocasiões recorrem à marginalidade como um caminho possível para sobreviver em meio a um cenário desigual.
“Eu acho que é importante já deixar registrado que é uma obra de ficção e que qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência (risos). Eu tirei tudo isso daqui de dentro mesmo e obviamente eu peguei coisas de fora também. Na batida do Apoema, a concepção foi resgatar essa ideia de um dia ruim, que é difícil ser nós, e aí eu pensei nessa história, nesses personagens, nesse enredo e nesse dia a dia. Corre, corre mesmo de um amigo que tem o contato de uma boa, mas às vezes não tem como ir sozinho, precisaria de outra pessoa pra se sentir mais forte e pensar que é possível, e tem o outro amigo que tá ali nessa disposição mesmo, pra qualquer coisa do caos.”
“Sempre tem um menor igual, que quebra esse ciclo e essa expectativa, que mostra uma outra parada, mas que acaba envolvido de alguma forma porque se você tá ali, em cima do muro que não vai dar pra ficar. A música fala sobre isso, essas histórias que às vezes a gente sabe uma coisa ou outra, talvez mude algo aqui ou ali, mas sempre rola, a gente sempre perde. Mas seguimos nessa esperança de que algum dia vai ter alguma coisa que vai ser diferente, eu tenho muito isso em mim”, completa Sant.